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Em março de 2024 recebi a excelente notícia da aprovação em 1º lugar no concurso para Professor(a) Substituto(a) do Colégio de Aplicação da UFRJ. E assumi o cargo de professora da instituição no meu último ano do Doutorado. O trabalho por lá segue neste ano de 2025, com o contrato renovado.

 

Meu conto "Ninho" foi publicado na 12ª edição da revista Contos de Samsara, que teve como tema a palavra "viagem". Para ler o conto, que começa na página 112, basta acessar o link aqui e baixar gratuitamente o pdf da revista.


Capa da edição
Capa da edição

 

Minha crônica "Fantasia de bate-bola" foi publicada na coletânea de crônicas Prêmio Off Flip 2023, lançada na Festa Literária Internacional de Paraty em 25 de novembro de 2023.



Fantasia de bate-bola


Na infância, comentei com a família que queria uma fantasia de bate-bola. Minha avó paterna quase caiu pra trás, indignada, com uma expressão de estranhamento que me deixou na cabeça aquela interrogação que surge nas personagens de história em quadrinhos. Que bate-bola o quê! Isso é coisa de menino! Minha mãe desconversou, ninguém me levou a sério e a fantasia de bate-bola nunca fez parte do meu carnaval.


Me lembrei desse episódio quando li uma reportagem sobre mulheres ganhando esse espaço e se fantasiando com máscaras, bolas e sombrinhas. Começaram a participar dos grupos com fantasias denominadas femininas, mas depois, enfim, passaram a vestir o traje completo dos bate-bolas. Ao ler isso, vibrei por saber que muitas meninas hoje em dia, se quiserem brincar carnaval dessa forma, podem ter sua vontade realizada com mais facilidade.


A mesma reportagem ressaltava que, vestidas de bate-bola, as mulheres se libertavam das imposições que sofriam, de modo que a máscara, por esconder suas identidades, possibilitava-lhes dar cambalhotas, rolar no chão, pular e dançar. Ou seja: escondidas naqueles panos, podiam viver; irreconhecíveis, dentro de uma fantasia que permitia serem confundidas com homens, tinham o crivo social necessário para fazer o que desejavam, sem julgamentos.


A criança que eu fui ainda se espanta com este mundo em que mulher só pode pular, dançar, rolar no chão e dar cambalhota – em suma, se divertir – sem ser cobrada se estiver sob o anonimato de uma máscara. E nós percebemos isso desde cedo. O que eu buscava com a fantasia de bate-bola, afinal, era a alegria.

 
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© Todos os textos são de autoria de Thaís Velloso, exceto quando indicado pela autora. 

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